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Realidade Virtual: passado, presente e futuro.

Realidade Virtual: passado, presente e futuro.

Em uma entrevista publicada no portal Terra em abril de 2016, o alemão Cyrril Etter, designer eletrônico, afirma que 2016 será o ano da Realidade Virtual (RV), pois finalmente a tecnologia chegará ao consumidor final por meio de diversas aplicações em diversas áreas, causando uma grande quebra de paradigmas na indústria de eletrônicos e em diversas áreas do conhecimento.

Idealizada por volta da década de 1960 por Morton Heilig (1926-1997), a RV pode ser definida como a tecnologia mais avançada de interface homem-máquina já concebida até hoje, pois, diferente das populares interfaces de telas touch-screen, mouses, teclados e comandos por voz, a proposta da RV é fazer com que o usuário interaja com um ambiente de dados complexos de maneira imersiva, isto é, por meio de projeções em paredes ou capacetes e óculos de RV. O usuário é “transportado” para um ambiente tridimensional gerado por computador, onde poderá interagir utilizando seus sentidos e, principalmente, seus movimentos tridimensionais. Outra definição diz que a RV é um ambiente real ou simulado em que o usuário sente a “telepresença”, isto é, a sensação ou experiência de presença por meio da comunicação.

Existem diversas aplicações possíveis para a RV. Na educação, fala-se em salas de aula virtuais em que o aluno poderá interagir com professores, com outros alunos e também com objetos, a fim de melhorar a experiência de aprendizado. Imagine um professor, em uma aula sobre história, levando seus alunos a um passeio virtual no Museu do Louvre.

No e-commerce, será possível a criação de lojas virtuais em cujas prateleiras o cliente poderá navegar, “pegar” os produtos e interagir com outras pessoas que estarão nessas lojas, tudo para enriquecer ainda mais a experiência da compra. Interessou-se por uma casa ou apartamento? Que tal um passeio virtual para conhecer o ambiente? Será possível até aproveitar a vista e decidir-se entre o 7º e o 25º andar. A RV também está sendo usada no tratamento de fobias e transtornos por meio de imersões periódicas e controladas do paciente em ambientes e situações que lhe causam desconforto. Tem medo de altura? Existem estudos que provam a eficácia de até 90% no tratamento desse medo usando RV. No campo militar, há vários anos, existem simuladores de paraquedismo, pilotagem de aviões e diversos outros tipos de simulação, todos baseados na RV. Treinamentos em ambientes hostis, simulação de operação de máquinas e trabalhos em ambientes perigosos, pilotagem de veículos, enfim, são muitas as aplicações dela.

Atualmente, um dos produtos destaques do mercado, por ser de baixo custo, é o Google Cardboard, uma pequena “caixa de papelão” em formato de óculos com lentes especiais em que é possível encaixar a tela do smartphone e explorar ambientes virtuais. As lojas Renner usou o gadget para apresentar tendências e novidades durante o lançamento de sua coleção outono/inverno em 2015.

No Brasil, a startup Youfacer (www.youfacer.com) está focada na criação de uma plataforma integrada de RV que reunirá, em um único ambiente, entretenimento, informação, educação e e-commerce. A plataforma tem o lançamento previsto para 2017 e será possível participar de shows e outros eventos de maneira virtual.

Considerada uma tecnologia cara e inviável sob o ponto de vista comercial nos anos 1980 e 1990, a RV do século XXI está apoiada em tecnologias mais baratas, populares e, com o apoio da Internet, tem tudo para, finalmente, chegar ao consumidor final e causar uma profunda revolução tecnológica.

Google, Samsung e diversas outras gigantes da tecnologia estão apostando alto na RV, então, vamos aguardar que vem muita novidade por aí.


Esse texto foi publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 08 de maio de 2016.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!