fbpx

O futuro das interações entre homem e máquina.

O futuro das interações entre homem e máquina.

De 15 a 17 de maio de 2017, foi realizado o I Simpósio de Tecnologia da Fatec Jales “Prof. José Camargo”- SITEF. Palestras, minicursos, mesas-redondas, debates, apresentações de trabalhos e diversas outras atividades mostraram o avanço da tecnologia, bem como seus usos nas diferentes áreas relacionadas a cada um dos cursos da instituição.

Durante o evento, um dos assuntos abordados nas palestras específicas do curso de Tecnologia em Sistemas para Internet foi a Interação Humano-Computador (IHC). O professor Dr. Leonardo Castro Botega (Centro Universitário Eurípedes de Marília- Univem) abordou o futuro da IHC, as pesquisas de um grupo do qual ele faz parte e diversas aplicações com realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA) e interfaces naturais. A RV é uma das tecnologias mais promissoras e surpreendentes quando o assunto é IHC, pois trabalha com o conceito de imersão, isto é, por meio de capacetes, óculos e outros equipamentos, o usuário é imerso em um ambiente tridimensional gerado por computador, onde é possível interagir usando seus movimentos. As aplicações são infinitas! Imagine você em um estádio sentindo todo o clima de um final de campeonato ao lado da torcida do seu time do coração. Imagine também você fazendo compras on-line, “pegando” o produto com suas próprias mãos e inspecionando-o sob todos os ângulos. Que tal ir ao show da sua banda favorita sem sair do conforto de sua casa? Podemos também fazer um tour por um museu ou ponto turístico. Fantástico, não? Nos EUA e no Canadá, a RV está sendo aplicada à área da saúde, ao tratamento de fobias, como o medo de altura (imersões controladas em ambientes virtuais com monitoramento de profissionais), e há projetos para que essas aplicações sejam expandidas (inclusive se imagina que em breve ela seja utilizada em cirurgias reais e simuladas).

         A RA foi outro assunto abordado. Trata-se de uma tecnologia com possibilidades de aplicações a diversas áreas, pois, em sua essência, visa integrar o mundo virtual e o mundo real. Imagine um aplicativo capaz de usar a câmera do dispositivo móvel para detectar um objeto do mundo real, pesquisar tal objeto na web e, no próprio aplicativo, mostrar informações sobre ele, tais como descrição, marca, peso, tamanho, avaliações de clientes, onde encontrar, entre outras. A Google foi uma das pioneiras nesse tipo de dispositivo com o Google Glass, projeto que foi abandonado por diversas questões éticas de privacidade e também de viabilidade comercial. Agora a Microsoft, empresa gigante criadora do Windows, Office e diversos outros softwares importantes, possui um dispositivo parecido com uns óculos de RV chamados “HoloLens”, capaz de projetar elementos virtuais no ambiente real em que o usuário está inserido, permitindo ao usuário interagir com um ambiente virtual usando comando de voz e gestos. A versão atual do dispositivo, ainda em fase de testes e voltada aos desenvolvedores, está à venda no site da Microsoft por três mil dólares e tem atraído empresas e profissionais do mundo todo, a fim de explorar a RA e também a RV.

         Tecnologias como RA e RV estão causando uma grande revolução na interação entre homem e máquina, pois, além das já consolidadas interfaces por toques e comandos de voz, surgem novos conceitos e aplicações que prometem fazer com os computadores se tornem mais simples, mais úteis e mais acessíveis, principalmente às pessoas que possuem algum tipo de limitação física.


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 11 de junho de 2017.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!