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Vídeos infantis no Youtube: um alerta aos pais.

Vídeos infantis no Youtube: um alerta aos pais.

Segundo a Alexa, empresa internacional de pesquisas e consultoria em internet, as pessoas que possuem acesso à grande rede visitam o YouTube pelo menos 4 vezes ao dia, fazendo com que ele seja o segundo site mais acessado no Brasil e no mundo. É sem dúvida um dos maiores fenômenos da atualidade no que diz respeito à publicação de conteúdo digital em formato de vídeo, visto que qualquer pessoa com o mínimo conhecimento em informática consegue criar um canal e publicar vídeos na plataforma. No geral, o YouTube pode ser considerado uma plataforma de marketing, informação, educação e entretenimento, porém, nos últimos meses, uma série de vídeos com conteúdo impróprio para crianças vem chamando a atenção dos pais.

Recentemente, diversos usuários da grande rede, inclusive eu, relataram vídeos contendo histórias bizarras protagonizadas por personagens populares do universo infantil. Trata-se de vídeos piratas (conteúdo não oficial) e de baixa qualidade, contendo cenas de sexo, morte e violência, todos envolvendo personagens queridos pelas crianças, como Homem-Aranha, Elsa (Frozen), os cachorrinhos da Patrulha Canina, Peppa Pig, Sonic, entre outros. Em um dos vídeos, o personagem Homem-Aranha aparece tocando os seios de Elsa; em outro, a Peppa aparece fumando. Há vídeos em que outros personagens aparecem espancando seus amigos, fazendo gestos obscenos, insinuando sexo e diversos outros absurdos.

Após uma rápida pesquisa na web, encontrei vários pais relatando que seus filhos apresentaram mudança repentina de comportamento, tornando-se depressivos, agressivos e imitando as cenas que viam nesses vídeos. Uma mãe relatou que um dia, enquanto trabalhava em casa, de longe ela ouvia a música “Let it go” do clássico Frozen, entretanto, após verificar o que a sua filha assistia, ela percebeu que o vídeo mostrava a Elsa grávida, tendo um bebê e beijando o Homem-Aranha. Não é preciso comentar o impacto que isso pode causar na mente de uma criança de apenas 3 anos.

As crianças não possuem um filtro de criticidade para avaliar a qualidade dos vídeos, dessa forma, sempre que aparece um personagem querido, é normal que elas fiquem curiosas, facilitando assim a disseminação desse tipo de conteúdo. Ademais, o próprio YouTube sugere conteúdos baseados no histórico de visualização, o que faz com que a criança tenha acesso a vários vídeos relacionados com aquele que está sendo assistido no momento. Com o objetivo de alertar os pais e incentivar denúncias, usuários de todo o mundo começaram a marcar esses vídeos com a hashtag #ElsaGate, uma união entre as palavras Elsa, personagem de “Frozen”, e Gate, um sufixo em inglês para escândalos.

Detectar esse tipo de vídeo é algo extremamente complicado, visto que o YouTube é uma plataforma aberta e qualquer pessoa pode publicar e assistir. Assim, é necessário o envolvimento dos usuários para denunciar conteúdos impróprios, clicando na opção “denunciar”. Dessa forma, o site analisará a denúncia, podendo classificar o material como conteúdo adulto ou até mesmo retirá-lo do ar. Há quem diga que tais vídeos podem fazer parte de uma rede de pedofilia, o que tem deixado os pais extremamente preocupados.

Para proteger as crianças é recomendada a utilização de plataformas de vídeo específicas para o público infantil, como o YouTube Kids, PlayKids ou a própria Netflix (perfil Kids), todos com conteúdos oficiais e totalmente voltados às crianças. Entretanto, como pai, penso que devemos estar atentos a tudo o que os nossos filhos assistem pela TV e, principalmente, pela internet, ou seja, devemos monitorá-los constantemente. A infância é um momento delicado, em que a criança está formando sua visão de mundo, construindo sua rede de conhecimento e aprendendo a fazer escolhas, sendo necessária a supervisão de um adulto em todas as suas ações. Tome cuidado, pois, nessa sociedade da informação, não é necessário sair de casa para colocar nossas crianças em risco. Comente isso com seus amigos e parentes!


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales – coluna Fatecnologia – no dia 10 de dezembro de 2017.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!