O Fim da Infância (Resenha)
Esse foi o primeiro livro que li no meu Kindle Paper White, o leitor de livros digitais da Amazon. A experiência foi fantástica e em breve postarei um review dos dispositivo. Adianto que vale muito a pena adquirir um. Vamos à resenha!
Após o fim da 2ª Guerra Mundial, o mundo vivia uma falsa sensação de paz, pois vários conflitos silenciosos, alimentados por diferenças ideológicas, étnicas e políticas aumentavam o medo e, principalmente, o risco de um conflito nuclear que talvez fosse capaz de causar uma catástrofe global. De repente, surgem nos céus, sobre as grandes capitais do mundo, grandes naves espaciais que revelam um dos grandes mistérios da humanidade: não estamos sozinhos no universo.
Os “Senhores Supremos” chegam no planeta não para dominar, mas para supostamente cuidar da humanidade e elevá-la a sua capacidade máxima. Com suas políticas e intervenções, eles criam um Estado Mundial e conseguem levar a humanidade a uma era de ouro, em que todos os problemas mundiais são resolvidos: não há mais fome, guerra ou rumores de guerra, analfabetismo, desigualdade social, ou qualquer outro entrave à sobrevivência humana. Entretanto, essa benevolência dos “Senhores Supremos” desperta grande desconfiança por parte muitos, visto que, além de impor várias proibições (como por exemplo, a exploração espacial), eles não revelam sua aparência, de maneira que se comunicam apenas com um representante dos seres humanos. Por que não se revelam? Qual é o seu real objetivo? As respostas para estas questões revelarão uma terrível verdade.
O livro é de autoria de Arthur C. Clarke, o mesmo escritor do clássico “2001: uma Odisseia no Espaço”. O Fim da Infância (Childhood’s End – na versão original) foi publicado em 1953, poucos anos após o fim da II Guerra Mundial, o que nos apresenta inicialmente o cenário tecnológico, político e social daquela época. Entretanto, trata-se de mais uma obra atemporal, que nos apresenta diversas questões sociais e existenciais que sempre são e serão discutidas pelos grandes pensadores atuais e futuros.
Qual é o preço a ser pago para que possamos manter um Estado Mundial de bem estar e igualdade social? Se não somos capazes de cuidar do nosso futuro, seria melhor nos submetermos a um poder maior? Quais são os objetivos ocultos de um governo que supostamente preza pelo bem estar do cidadão? Enfim, é uma obra extremamente rica em diversos aspectos, e mesmo sendo publicada há mais de 60 anos, é possível encontrar diversas analogias com várias situações que vivemos nos dias atuais. Leitura obrigatória para quem gosta de ficção científica e possui interesse em questões políticas e sociais. Recomendo!
