O que são casas inteligentes?

A Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) é uma rede de comunicação de dados formada por objetos físicos conectados entre si e capazes de captar dados de diversos tipos de sensores. Esses dados podem ser armazenados e processados pelos próprios dispositivos ou por serviços disponíveis na internet, possibilitando infinitas aplicações. A IoT é, sem dúvida, uma das palavras do momento. Basta uma rápida pesquisa nos mecanismos de busca para verificar que o entusiasmo em torno da tecnologia vai muito além do imediatismo capitalista, isto é, muitos especialistas tentam prever ou imaginar os impactos que essa tecnologia causará na sociedade em um futuro próximo.

A promessa da IoT de conectar “tudo” tem gerado diversas aplicações inovadoras, como é o caso das fazendas indoor que são capazes de gerenciar o cultivo de hortaliças usando uma sofisticada combinação entre hardwares (sensores e câmeras) e softwares de Inteligência Artificial (IA). Uma outra aplicação da IoT que tem despertado o interesse das grandes empresas da tecnologia é o conceito de casa inteligente (smart home).

Uma casa inteligente, como o nome sugere, possui diversos sensores, câmeras e alto-falantes espalhados pelos cômodos. Os sensores são capazes de identificar quem está presente e aceitar comandos de voz. Imagine você chegar em casa e falar em alto e bom som: “Por favor, ligue o chuveiro para mim. Deixe a água morna!”. Nesse momento, o chuveiro liga e ajusta a temperatura como você pediu. Se o ambiente estiver muito quente, basta pedir: “Por favor, ligue o ar-condicionado!”, e, se depois de um tempo a temperatura estiver muito baixa, basta pedir: “Está muito frio aqui, poderia aumentar um pouco a temperatura?”

“Entretanto, como tudo na tecnologia, o mundo da IoT não é feito apenas de vantagens. A ideia de conectar tudo à internet tem alertado muitos especialistas devido a problemas de segurança e privacidade”

Parece coisa do seriado Black Mirror, obra televisiva que explora situações extremas e não tão hipotéticas das aplicações tecnológicas do futuro. Porém, nos últimos anos, testemunhamos o surgimento de vários eletrodomésticos inteligentes, capazes de coisas incríveis, como receber comandos de voz para ativação e programação, além de conectar-se à internet. Na edição de 2018 da Consumer Eletronics Show (CES), a tradicional feira de tecnologia dos EUA, um dos destaques foi um forno conectado capaz de ler o código de barras do produto, de buscar dados na internet e programar o aquecimento de acordo com as recomendações do fabricante do alimento. Fantástico, não?

Gigantes da tecnologia como Google, Amazon e Apple criaram suas respectivas versões de smart speaker (alto-falante inteligente), um dispositivo capaz de atuar como um assistente pessoal dentro de casa. Ele é capaz de receber comando de voz e, literalmente, falar com os usuários. Além de responder a perguntas simples do tipo “como está o clima lá fora?”, “vai chover hoje?” e “qual é a cotação do dólar?”, ele pode executar ações em aplicativos móveis e se integrar aos eletrodomésticos inteligentes para operá-los a distância via comandos de voz.

Entretanto, como tudo na tecnologia, o mundo da IoT não é feito apenas de vantagens. A ideia de conectar tudo à internet tem alertado muitos especialistas devido a problemas de segurança e privacidade. Se um criminoso conseguir acessar suas câmeras, alto-falantes e outros sensores de sua casa, ele poderá usar esses privilégios para praticar diversos delitos contra você ou em seu nome. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o Kaspersky Lab, empresa de segurança virtual, anunciou que descobriu mais de 7000 tipos de malwares (apenas em 2017) capazes de comprometer dispositivos IoT. Portanto, antes de sair conectando sua casa, entenda que conforto e conectividade não fazem o menor sentido sem utilidade e, principalmente, segurança e privacidade. Cuidado ao adotar dispositivos IoT!