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Jogador Nº 1 (Resenha)

Jogador Nº 1 (Resenha)

Nasci em 1981, sou da geração Y. Quem nasceu nessa época viveu a infância nos icônicos anos 1980, um período de extremo desenvolvimento tecnológico e turbilhão cultural. Para se ter uma ideia da imnportância da década, foi nessa época que os telefones, computadores e os video-games se popularizaram, causando várias transformações a partir da década de 1990. Para mim, a década de 1980 possui um significado muito especial, principalmente quando falamos sobre músicas, amizades e cultura nerd. Diante de todo esse saudosismo, após ler a sinopse e a resenha do livro Jogador Nº 1 no Skoob, eu não hesitei em comprá-lo. 

No ano de 2044, a Terra vive uma distopia regada a fome, guerras, desemprego e escassez de recursos. Wade Watts é apenas mais um dos que se refugiam no OASIS com o objetivo de escapar da realidade triste e desanimadora. A utopia global chamada OASIS é capaz de mergulhar seus usuários em um mundo virtual permitindo que eles sejam o que eles quiserem. No OASIS as pessoas podem estudar, trabalhar, se divertir e se apaixonar em mundos inspirados em filmes, videogames e outros ícones da cultura pop dos anos 1980.

Após falecer, James Halliday, o bilionário criador do OASIS, esconde uma série de easter-eggs em seu mundo virtual, lançando um ousado desafio: quem encontrar todas as pistas e resolver todos os mistérios deixados por ele, será o herdeiro da sua fortuna e proprietário do OASIS. Entretanto, devido a dificuldade, a busca se esfria, fazendo com que a maioria das pessoas desistissem de encontrar os easter-eggs de Haliday.

Meu exemplar de Jogador Nº 1

Felizmente, após vários anos sem ninguém conseguir sequer uma pista, Wade encontra o primeiro easter-egg, iniciando uma aventura sem precedentes, que envolve poder, amizade, altruísmo e coragem.

O livro, além de criativo, empolgante e cativante, nos proporciona uma tempestade de referências a ícones da cultura pop/nerd dos anos 1980. Um verdadeiro “túnel do tempo”, capaz de fazer com que o leitor visite suas lembranças esquecidas da infância. O autor Ernest Cline acertou em cheio no seu livro de estreia.

A obra  de ficção/aventura agrada um público extremamente específico e exigente. Em alguns momentos estratégicos, a narrativa fica um pouco cansativa, mas não perde nunca em essência. A todo momento somos presentados com referências a ícones da cultura pop dos anos 1980 perfeitamente adequados ao contexto: batalhas de RPG, confrontos com “chefões” de games clássicos; aventuras cinematográficas; enfim, uma tempestade de referências capaz de levar qualquer nerd ao êxtase.

Ernest Cline ostentando um Delorean. Santa referência!

Além de toda essa narrativa empolgante, o livro nos faz pensar sobre diversas questões éticas, sociais e existenciais, principalmente relacionadas ao nosso atual estado de dependência tecnológica. Enfim, uma obra fantástica! Mesmo se você não pertence à geração Y e não conhece nada (ou quase nada) da cultura pop/nerd dos anos 1980, você poderá se divertir com Jogador Nº 1, pois é extremamente inteligente e divertido. Recomendo!

Em março de 2018, foi lançada a adaptação cinematográfica homônima sob a direção do mito Steven Spielberg. Ainda não vi o filme, mas, segundo a crítica, foi uma excelente adaptação.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!