fbpx

Formação contínua e sobrevivência profissional

Formação contínua e sobrevivência profissional

O maior desafio do profissional do século XXI é manter-se relevante e competitivo em um mundo de trabalho em constante mudança e cada vez mais dominado por máquinas inteligentes. Assim, a formação contínua deveria ser uma filosofia de vida de todos nós, independentemente da profissão. A constante evolução profissional nos torna mais comunicativos, criativos, flexíveis, multidisciplinares e adaptáveis, além de expandir nosso networking e ampliar nosso horizonte de atuação. Ademais, pode trazer melhores oportunidades e garantir a nossa “sobrevivência profissional”.

 Mas o que significa exatamente “formação contínua”? Na língua inglesa, o termo equivalente, lifelong learning, recebe uma forte conotação, podendo ser traduzido como “aprendizado pelo resto da vida”. Nesse sentido, é óbvio que cursar uma faculdade ou um curso técnico deve ser tratado apenas como o início de uma jornada sem fim pelo mundo do conhecimento e do trabalho. Assim, uma formação contínua deve considerar não apenas o ensino formal, mas, principalmente, o ensino informal adquirido diariamente por diversos meios.

“…a formação contínua deveria ser uma filosofia de vida”

Uma pessoa que busca esse tipo de formação geralmente apresenta características que a destacam, das quais podemos destacar quatro que todo profissional do século XXI deve possuir.  A primeira é ser um leitor assíduo. Além dos benefícios que a leitura proporciona à saúde mental, a pessoa que lê é criativa, comunicativa, possui pensamento crítico e analítico, além de escrever melhor e possuir maior vocabulário. Bill Gates, fundador da Microsoft, lê em média 50 livros por ano, enquanto o lendário investidor Warren Buffet dedica cerca de cinco horas diárias lendo notícias e relatórios corporativos.

A segunda característica é ensinar o que se aprende. Há estudos que mostram que somos capazes de reter até 90% daquilo que ensinamos ou aplicamos imediatamente. Se você consegue explicar ou ensinar de maneira simples e didática assuntos e processos complexos e, principalmente, se é capaz de transformar um conhecimento teórico em habilidade, essas são fortes evidências de que você realmente aprendeu e tem condições de ensinar. Portanto, se quer aprender mais e melhor, compartilhar o conhecimento adquirido pode contribuir.

“os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”

(Alvin Toffler)

A terceira característica é conceber a aprendizagem como um processo, não como um fim. Para isso é necessário automotivação para fazer com que a aprendizagem seja um prazer e não um fardo. A compreensão de novos assuntos deve envolver observação, curiosidade, capacidade de abstração, simulações, testes, confronto com outras ideias e outros aspectos não tão claros à primeira vista. Convém destacar que quando o processo é autodirigido e possui ritmo próprio, os resultados são pessoal e intelectualmente mais satisfatórios. As máximas populares “É errando que se aprende” e “A prática leva à perfeição” fazem todo o sentido.

A quarta e última característica é ter uma mentalidade de crescimento (do inglês growth mindset). Trata-se de uma teoria de aprendizagem criada pela psicóloga norte-americana Carol Dweck, autora do livro Mindset (Editora Objetiva, 2017), que se apoia na crença de que qualquer nova habilidade pode ser aprendida por meio da automotivação, esforço e experiência. O profissional multidisciplinar é imprescindível às organizações, porém para sê-lo é necessário estar disposto a sair da zona de conforto, romper com a mentalidade fixa (fixed mindset) e adquirir novos conhecimentos que vão além da nossa área de atuação.

É certo que nos próximos anos muitas profissões se extinguirão e outras passarão por grandes mudanças, portanto é vital adotar a cultura da formação contínua. Para Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano, “os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”. Se você nunca pensou em sua sobrevivência profissional a longo prazo, comece a pensar agora!


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 01/03/2020

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!