2023 foi o ano da Inteligência Artificial. 2024 será novamente!
O dicionário inglês Collins classificou o termo “inteligência artificial” (ou IA) como o mais notável de 2023. Não é para menos, visto que, nesse ano, muitas tecnologias de IA chegaram ao usuário final, aumentando a produtividade e a competitividade de empresas e profissionais que aprenderam como usar essas ferramentas. Ademais, graças à IA, muitas transformações no mundo do trabalho que foram previstas por pensadores nos últimos anos começaram a ganhar forma, gerando uma série de impactos nas profissões.
De fato, não é de hoje que a IA está presente em nosso cotidiano. As maiores empresas de tecnologia do mundo (Big Techs), Amazon, Microsoft, Google, Facebook e Apple, usam IA há vários anos em seus sistemas de análise de dados, recomendação de conteúdo, busca e recuperação de informação etc. Ademais, há uma série de organizações públicas e privadas que usam IA para implantar a “cultura orientada a dados”, ou seja, menos intuição e mais ciência na tomada de decisões.
Entretanto, 2023 ficou marcado por um avanço vertiginoso das aplicações de IA, considerando principalmente a redução de custos e maior acessibilidade ao usuário não especializado. Por exemplo, as tecnologias de IA generativa, que são capazes de gerar novos dados a partir de dados existentes, como ChatGPT (modelo de linguagem) e MidJourney (geração de imagens a partir de textos descritivos), tornaram-se extremamente populares.
O ChatGPT alcançou a incrível marca de 1 milhão de usuários em apenas 5 dias. O recorde anterior era do aplicativo Instagram, que atingiu o mesmo número de usuários em 2 meses e meio após o seu lançamento oficial em 2010.
No final de 2023, a utilização de IAs generativas, como assistente pessoal, tornou-se comum. Programadores usam para gerar estruturas de código em diversas linguagens de programação. Designers e fotógrafos conseguem editar e gerar imagens e vídeos em apenas alguns minutos. Produtores de conteúdo geram textos informativos num piscar de olhos. As possibilidades são infinitas!
Mas os avanços não param por aí. O setor da saúde tem se beneficiado das tecnologias de IA nos mais diversos aspectos. O relatório Moving The Future, publicado neste ano pela MV Consultoria, mostra que no Brasil há cerca de 3,5 mil estabelecimentos de saúde usando IA. Desse número, mais de 90% pertencem à iniciativa privada. Além de auxiliar nos processos de negócio dos estabelecimentos, há diversas tecnologias de diagnóstico sendo usadas ou testadas.
Por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma tecnologia preditiva, ou seja, capaz de prever fenômenos com base em dados históricos, que consegue fazer o diagnóstico precoce de câncer de mama analisando o sangue da paciente. A taxa de acerto chega a 70%.
Por sua vez, uma parceria entre o hospital Albert Einstein e o Sistema Único de Saúde (SUS) está criando um banco nacional de imagens de raio X e tomografia. O objetivo é treinar uma IA para que ela seja capaz de identificar doenças, servindo de apoio aos médicos e aos profissionais de radiologia.
De fato, a IA está redefinindo as dinâmicas profissionais e causando uma série de impactos na sociedade. Acredito que, em 2024, com um maior volume de dados preparados para uso da IA, além do surgimento de novas tecnologias, iremos testemunhar a corrida das empresas para dominar mercados e consolidar seus produtos de IA. Quem ganha somos nós, consumidores.
Mas o que acontecerá com os profissionais que terão seus postos de trabalhos usurpados pelas máquinas? Isso é assunto para outro artigo! Feliz Natal, excelente 2024 e até a próxima!
Artigo publicado originalmente na coluna Fatecnologia, do Jornal de Jales, no dia 17/12/2023
