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O mundo do trabalho no “pós-covid”

O mundo do trabalho no “pós-covid”

A pandemia de covid-19 trouxe uma série de transformações no mundo do trabalho. O período de home-office forçado fez com que empregadores e empregados repensassem uma série de aspectos profissionais e pessoais, causando profundas mudanças culturais que certamente determinarão o futuro do trabalho.

Em conversas com empresários de Jales/SP e região, percebi que algumas tendências estão se tornando realidade, mesmo aqui no interior, principalmente nas profissões de caráter intelectual. Muitos relatam que grande parte dos seus colaboradores deseja o trabalho híbrido, com rotina flexível e, principalmente, com menos deslocamentos.

De fato, todos perceberam que o tempo e o dinheiro que são gastos com transporte podem ser aplicados de outra forma. Além de cursos de capacitação, muitos colaboradores começaram a dedicar esse “tempo livre” para cuidar da saúde física e mental, o que traz mais qualidade de vida, impactando positivamente o desempenho profissional.

Assim, entendo que a empresa inflexível em termos de horário, que não oferece possibilidades de trabalho remoto e híbrido, deverá enfrentar problemas de contratação e, principalmente, de retenção de talentos. Claro, sempre haverá pessoas que aceitam qualquer condição de trabalho por necessidade, ainda mais considerando o problema de desemprego no país. Entretanto, muitos profissionais experientes, de diversas áreas, têm me relatado a possibilidade de deixar seu atual emprego em busca de novas oportunidades e desafios nas modalidades remota e híbrida.  

Outra mudança no mercado de trabalho diz respeito à concorrência por mão de obra qualificada, que aumentou muito, considerando que o trabalhador agora pode concorrer a vagas que antes eram exclusivamente presenciais e estavam disponíveis somente nos grandes centros.

“Flexível é a nova palavra de ordem. A empresa que não for flexível deverá enfrentar sérios problemas de contratação e retenção de talentos”

J. L. Gregório

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) destruíram as barreiras culturais e geográficas no mundo do trabalho, trazendo a possiblidade inclusive de se atuar em empresas dos EUA e da Europa, de maneira remota. O êxodo virtual é uma realidade!

Se, para o trabalhador, essa nova realidade abre infinitas possibilidades, para as empresas surge uma série de desafios. Um deles é a difícil missão de se tornar uma empresa que atrai e retém talentos. E não estou falando “apenas” de salário, mas de novas oportunidades, novos desafios, ambientes colaborativos e líderes inspiradores.

Um outro desafio é a criação de uma “cultura virtual”, ou seja, adotar processos e práticas exclusivas para as modalidades híbrida e remota de maneira que, além de melhorar a qualidade dos produtos e serviços, não atrapalhe a cultura organizacional já consolidada na modalidade presencial.

Diante do exposto, acredito que as organizações de todos os portes devem urgentemente adequar-se a essa nova realidade do trabalho, considerando a relevância, o crescimento e a sobrevivência em longo prazo. Aos trabalhadores, faço uma pequena provocação parafraseando Jim Rohn, empresário norte-americano: “Ou você diminui seus sonhos, ou aumenta suas habilidades. A escolha é sua”.


Texto publicado originalmente no Jornal de Jales, coluna Fatecnologia, no dia 08/05/2022.

Créditos da imagem em destaque: Remote work photo created by mego-studio – www.freepik.com

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!