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As Brigadas Fantasma (Resenha)

As Brigadas Fantasma (Resenha)

As Brigadas Fantasma (Editora Aleph, 2017) é o segundo livro da trilogia “Guerra do Velho” (Para ler minha resenha sobre o primeiro livro, clique aqui). Além de superar o primeiro, essa obra expande o fantástico universo criado por John Scalzi, nos apresentando uma trama inteligentemente cheia de ação e conspirações políticas no melhor estilo Star Wars.

Como o título sugere, a trama apresenta de maneira mais detalhada as Brigadas Fantasma, que fazem parte da elite militar das Forças Coloniais de Defesa (FCD), apresentada no primeiro livro. A tenente Jane Sagan, cuja relação com o protagonista do livro 1, John Perry, é surpreendentemente exótica, descobre uma coalizão entre três raças alienígenas cujo objetivo é destruir a raça humana.

Capa do livro

E pra piorar, há um suposto traidor entre os seres humanos. Ao que tudo indica, antes de morrer, o cientista Charles Boutin deixou tudo preparado para que a humanidade fosse completamente aniquilada pelos alienígenas. O motivo dessa suposta traição e os detalhes da conspiração são desconhecidas, o que leva as FCD a trazê-lo de volta à vida, colocando o backup de sua consciência no corpo de um soldado de elite. Convém destacar que os corpos desses soldados são geneticamente modificados para serem mais fortes e mais resistentes que os seres humanos “normais”. Ademais, esse super-corpo possui um computador embarcado no cérebro, capaz de coisas incríveis. Quem leu o livro 1 sabe do que estou falando.

Infelizmente o processo de restauração do backup não sai como planejado, nascendo o protagonista da obra, um soldado com consciência própria, sem nenhuma memória do cientista Boutin. Seu nome é Jared Dirac, treinado pela Tenente Jane Sagan, que recebeu de forma contraditória a missão de vigiá-lo, visto que as FCD temiam que a consciência de Boutin pudesse ascender a qualquer momento. Se isso acontecesse, Dirac poderia se transformar numa grande ameaça aos seres humanos.

Entre uma missão e outra, Dirac percebe que existe algo a mais em sua consciência, o que o lança em uma profunda crise de identidade, surpreendendo o leitor a cada página. De fato, assim como no livro 1, Scalzi nos entrega uma narrativa cativante e inteligente, com doses adequadas de humor, além de excluir qualquer tipo de clichê.

“A tecnologia humana era boa, mas as arma que importa, no fim das contas, é aquela que fica atás do gatilho.”

As descrições dos cenários, das missões cheias de ação, dos personagens e a apresentação da trama poítica que envolve a obra são colocadas de maneira fluída, nos fornecendo detalhes do fantástico universo criado pela mente genial do escritor. Ademais, são inseridas explicações científicas complexas de maneira simples, lembrando a simplicidade e o rigor científico do genial escritor Arthur C. Clarke (2001: uma odisseia no espaço).

De fato, a Guerra do Velho se tornou uma de minhas obras de ficção favoritas, principalmente por ser uma “Space Opera” cativante, inovadora e que não se apega a clichês, digna de obras da TV e do cinema. Convém destacar que não é obrigatório ler o livro 1 para ler esse. Desejável sim, mas não obrigatório.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!