fbpx

O terceiro testamento (Resenha)

O terceiro testamento (Resenha)

Quando se fala em ficção científica, há quem diga que tudo já foi explorado e que a maioria das obras não passam de clichês. De fato, há muita coisa ruim e previsível no mundo da ficção, o que definitivamente não é o caso da obra O Terceiro Testamento (Editora Jangada, 2017).

A capa do livro diz “Um Thriller Apocalíptico de Ficção Científica”, mas o que o autor Christopher Galt entrega é muito mais do que isso. Em todo o mundo as pessoas estão sofrendo misteriosas alucinações. A presidente dos EUA vê seus antecessores perambulando pela Casa Branca, enquanto milhares de pessoas testemunham um terremoto que não aconteceu.

O mundo está em um caos total, com radicais religiosos promovendo ataques terroristas a cientistas, acusados de serem os culpados, e outros grupos promovendo suicídio coletivo. Alguns pensam as alucinações são causadas por um vírus ou arma biológica, enquanto outros acreditam ser sinais do fim do mundo.

Em meio a esse frenesi generalizado, o protagonista John Macbeth, que é psiquiatra e neurocientista, tenta compreender o que está acontecendo, enquanto dirige um projeto para a criação de uma inteligência artificial autônoma.

Bom, já deu pra perceber que a obra não tem nada de clichê, certo? E realmente não tem! A escrita de Galt não é tão fluida e empolgante, mas o enredo é extremamente cativante, o que prende o leitor numa necessidade de saber o que está acontecendo com o mundo.

Durante toda a narrativa, somos levados para uma realidade confusa, mas que vai se ajustando aos nossos conceitos de mundo. Quando chega no final, Galt nos surpreende com um plot twist monstruoso, impensável e que descortina muitos significados por trás do que foi lido nos capítulos anteriores.

Ao que tudo indica, quando existe um mundo real à nossa volta, nós inventamos um

Christopher galt – o terceiro testamento

Não é uma ficção “light”, aquelas que são fáceis de ler e entender, mas também não a enquadro como “hard”, ou seja, aquelas que abusam do rigor científico a ponto de desagradar e confundir leitores leigos. Apesar de usar muitos conceitos científicos, principalmente sobre psicologia e inteligência artificial, o autor leva a narrativa mais para o lado filosófico e existencial, deixando a leitura mais simples, mesmo que monótona em diversos momentos.

Mesmo assim, para quem curte ficção, quer ler algo sem clichês e que te surpreenda no final, esse é o livro! Recomendo.

Jorge Luís Gregório

Jorge Luís Gregório

Professor e entusiasta de tecnologia, estudioso da cultura NERD e fã de quadrinhos, animes e games. Mais um pai de menino, casado com a mulher mais linda da galáxia e cristão convicto. Gosto de ler ficção científica e discutir tecnologia, filmes, seriados, teologia, filosofia e política. Quer falar sobre esses e diversos outros assuntos? Venha comigo!