Solaris (Resenha)

Quando vejo um livro de ficção com temática alienígena, a primeira pergunta que faço é: “Não será mais um clichê?”. Sim, acredito que o tema está pra lá de batido, pelo menos se considerarmos conflitos, invasões e catástrofes.

Entretanto, há diversas obras que vão além, explorando temas não tãop óbvios em um possível encontro com uma civilização extraterreste inteligente. É justamente por isso que a obra Solaris (Editora Aleph, 2017) merece destaque.

O protagonista é o psicólogo Kris Kelvin, que viaja até o distante plante Solaris, que orbita um sistema solar binário. Sua missão é estudar o suposto oceano vivo que cobre todo o planeta. Além de vivo, há uma série de evidências que sugerem que o oceano é inteligente, porém, nunca nenhum contato foi de fato realizado, pelo menos não no nível que possamos compreender.

Ao chegar no laboratório flutuante para realizar suas pesquisas, Kris encontra colegas pesquisadores atormentados por misteriosos seres que, na verdade, são manifestações de memórias e sentimentos reprimidos.

Assim, Kris terá que compreender até que ponto o oceano vivo de Solaris está influenciado os acontecimentos, ao mesmo tempo que luta contra uma de suas memórias mais impactantes, materializada bem diante de seus olhos e influenciando seu comportamento.

De autoria do premiado autor polonês Stanislaw Lem e publicada originalmente em 1961, Solaris é uma leitura obrigatória a todos os amantes de ficção. A obra surpreende pela narrativa, que mistura ficção e suspense, ao mesmo tempo que explora diveros temas éticos e filosóficos.

Ademais, o oceano vivo de Solaris, é um alienígena nada convencional, o que fez com que o autor evitasse muitos clichês presentes desde sempre na literatura sci-fi. Talvez o personagem da Marvel, Ego: o planeta vivo, possa ter sido inspirado no oceado de Solaris, visto que foi criado em 1966. Talvez!

A bora teve três adaptações para o cinema, sendo a última de 2002, com George Clooney no papel de Kris Kelvin.

Enfim, apesar de ser uma leitura rápida, é uma obra surpreendente. Recomendo!